A esta altura do ano praticamente definido, o Valor Bruto da Produção (VBP) no setor animal deve fechar 2023 com redução de pouco mais de 2% e valor em torno dos R$340 bilhões, o pior resultado do último triênio e incremento de apenas 2% em relação a 2020.
Atuam nessa queda bovinos e frangos, cujo VBP neste ano tende a um recuo de, respectivamente 10,7% e 5,2%. Ou seja: os aumentos de 8,2% dos suínos, de quase 11% no leite e de, praticamente, 23% nos ovos não evitam a retração no VBP animal.
Mas o frango, pelo menos, tende a reverter o atual decréscimo em 2024. Pois ainda que ressalve ser cedo “para prognósticos sobre o VBP do próximo ano” (devido, sobretudo, às ocorrências climáticas), a Secretaria de Política Agrícola do MAPA, baseada nos resultados (produção) dos últimos quatro trimestres, estima um VBP quase 10% superior ao esperado para 2023.
Notar (tabela abaixo) que também o VBP do suíno tende a aumentar (em torno de 1,5%). Mas o incremento de frango e suíno poderá ser insuficiente para neutralizar as quedas de 7,5%, 0,4% e perto de 8,5% ora estimadas para, respectivamente, bovinos, leite e ovos. Daí a perspectiva de nova retração no VBP animal, com queda próxima de 1%.
Comparando-se as primeiras projeções para 2024 com os resultados obtidos em 2020, constata-se que o frango pode fechar o período com o melhor resultado do quinquênio, desempenho que deve se repetir em relação aos suínos, ao leite e aos ovos. Quer dizer: bovinos devem seguir em retração, podendo alcançar o mais fraco resultado em cinco anos.
Se os resultados ora projetados se confirmarem, o frango chegará ao final do período com incremento próximo de 18,5% (inferior apenas aos quase 21% do leite), desempenho que representa crescimento médio anual pouco superior a 4%.
