A Embrapa acaba de divulgar a plataforma “Visão de Futuro do Agro Brasileiro”, na qual reúne e sintetiza “análises estruturais do ambiente de produção de alimentos, fibras e bioenergia, com horizonte de longo prazo”.
Longo prazo, no caso, é o que pode estar acontecendo nas duas próximas décadas, 2030 e 2040. O objetivo, esclarece a Embrapa, é dispor de subsídios que para apoiar o próprio órgão na tomada de decisões, bem como nortear ações de atores do agro brasileiro para esses momentos.
Mostra, no caso, megatendências, afirmando que o agro, tradicionalmente receptivo às inovações, está bem posicionado para contribuir para o enfrentamento dos riscos e desafios futuros, nacionais e globais.
Mas também se volta para aspectos específicos de determinados segmentos. Assim, por exemplo, no tocante aos alimentos afirma que as cadeias produtivas agrícolas e afins tenderão a concentrar ações no fornecimento de produtos com maior valor agregado e com as seguintes características:
1) alimentos funcionais ricos em bioativos com características antioxidantes, probióticas e prebióticas;
2) maior oferta de produtos com menor densidade energética e maior densidade nutricional e proteica;
3) processos e produtos para fins e públicos-alvo específicos, com necessidades dietéticas individuais;
4) novas fontes proteicas: proteínas de plantas, carne de laboratório, algas, coprodutos, insetos; 5) produtos com apelos de “tecnologia limpa”;
6) ingredientes naturais, como emulsificantes, aromatizantes, corantes e conservantes, em detrimento dos artificiais;
7) embalagens inteligentes, rotulagem, selo de qualidade e denominação de origem;
8) aproveitamento de coprodutos agroindustriais para obtenção de compostos e materiais de interesse;
9) produtos gourmet, premium e artesanais (Neves et al., 2020).
Para outros detalhes, vale a pena uma análise mais ampla da “Visão de Futuro do Agro Brasileiro”.