O número de surtos neste ano foi o mais extenso de todos os tempos. No caso do Reino Unido, por exemplo, já foram registrados mais de 50 surtos, contra apenas 26 no ano retrasado.
Embora seja difícil determinar o motivo desse alto número, sabemos que ele não está relacionado à pandemia de Covid-19. A resposta do Reino Unido à propagação da gripe aviária foi rápida e, desde 29 de novembro de 2021, as aves são, obrigatoriamente, alojadas em ambientes confinados, com medidas de biossegurança adicionais, como uso de lava-pés nos aviários e desinfecção de roupas.
Testes e vigilância de aves selvagens mostraram que há uma alta prevalência do vírus nessas aves atualmente, e isso está contribuindo para a maior disseminação da doença para as populações de aves domésticas e comerciais.
Um exame mais detalhado da composição genética desses vírus mostra que eles são diferentes dos de anos anteriores. Supõe-se que isso seja resultado da infecção de uma grande variedade de espécies de aves, o que propicia a oportunidade perfeita para o vírus evoluir.
A análise dessas mudanças genéticas não levanta nenhum alarme para o aumento da transmissão aos humanos, mas é quase certo que estejam influenciando a propagação e a gravidade da doença nas aves.