O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos informou na semana passada a detecção de três casos de gripe aviária altamente patogênica (HPAI, na sigla em inglês) em aves selvagens, com riscos para a avicultura comercial do país.
Na penúltima sexta-feira (14) o USDA informou o registro do primeiro caso do país de um tipo eurasiano do vírus H5 desde 2016 e na terça-feira passada (18) esclareceu que todos os três casos são da cepa H5N1. É a mesma cepa que causa uma onda de surtos de gripe aviária em aves em toda a Europa e Ásia.
O H5N1 é uma das poucas cepas de gripe aviária transmitidas para humanos, mas autoridades norte-americanas ressaltam haver baixo risco para as pessoas nos casos até agora confirmados.
As infecções são preocupantes porque é raro que uma cepa eurasiana chegue à América do Norte, disse Carol Cardona, professora de saúde aviária da Universidade de Minnesota.
“Os vírus da gripe aviária tendem a permanecer em seu hemisfério”, disse ela.
Os últimos casos nos EUA ocorreram no condado de Colleton, na Carolina do Sul, onde a infecção de sexta-feira foi encontrada em um pato selvagem, e no condado de Hyde, na Carolina do Norte, informou o USDA.
As aves selvagens podem transmitir a gripe aviária umas às outras ou às aves domésticas através do contato direto e através das suas penas ou fezes.
“Essas descobertas não são inesperadas, pois as aves selvagens podem ser infectadas com HPAI e não manifestam sinais de doença”, disse o USDA. “Elas podem levar a doença para novas áreas ao migrar.”
O USDA aconselhou os produtores de aves a revisar as medidas de segurança para garantir a saúde de seus rebanhos e disse que as pessoas devem usar luvas ao lidar com aves selvagens.
Cardona disse que os produtores de aves precisam garantir que o vírus não entre em suas granjas: “Os produtores de aves estarão ocupados nesta primavera”, disse ela. “Eles têm que verificar as portas e janelas todos os dias, duas vezes por dia, 10 vezes por dia.”