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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Criadores de aves no ES dão até banho em galinhas para aliviar o calor

Hidratação e uso de ambientes arejados também fazem parte das medidas para garantir o bem-estar dos animais e manter a produtividade das granjas

Com a onda de calor que atinge não só o Espírito santo, mas vários Estados do Brasil, cuidados extras precisam ser adotados. Além da saúde das pessoas, é preciso atenção, também, com os animais. Na avicultura, as altas temperaturas podem ter impacto na oferta e até na qualidade dos produtos. Por isso, os criadores estão dando de água gelada a banho de mangueira para refrescar e garantir o bem-estar dos bichos.

“Sem ações de cuidado, inevitavelmente iremos ter elevadas mortalidades, queda no consumo de ração, que levará a menos ovos e mais casca fina”, alerta o médico veterinário da Nater Coop, Tarcísio Simões Pereira Agostinho. Especialistas e criadores ouvidos pela reportagem de A Gazeta listaram alguns cuidados que precisam ser adotados durante a onda de calor.

Água geladinha para elas também

Manter a hidratação é importante para os animais também. E uma água geladinha ajuda muito a refrescar no calor. “Pensando nos pequenos produtores, existe a possibilidade de usar gelo nas caixas d ‘água, congelando água em garrafas pet”, sugere Tarcísio. Ele também indica a drenagem das linhas dos bebedouros, para tirar a água que fica quente e deixar a gelada passar.

Um ambiente fresquinho

Mesmo tomando bastante água, é preciso refrescar os criadouros. O veterinário afirma que uma forma de melhorar a ambiência é uso de aspersores sobre o telhado — jogar água na parte de cima do teto —, realizando o processo de calefação, pelo qual se retira o calor dos telhados e, consequentemente, do ambiente das aves.

A médica veterinária e coordenadora técnica da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), Carolina Covre, explica que o conforto é pensado desde a construção dos galpões que abrigam os animais. “Busca-se manter as aves adultas em temperaturas entre 18 e 28°C, sendo ideal em torno de 20 a 23°C. Então, os cuidados adotados se iniciam desde a construção dos galpões e instalação dos equipamentos, que levam em consideração o conforto térmico das aves.”

Além disso, é levado em conta, antes de construir, o movimento do sol e os materiais que serão usados na cobertura. É feita instalação de cortinas, climatização com ventiladores, exaustores, nebulizadores e até plantio de árvores nas proximidades das granjas.

Vitamina e um “lanche da madrugada”

Com todo esse calor, além da atenção com água e comida, polivitamínicos ajudam a manter a nutrição adequada, repor nutrientes e estimulam o consumo de ração. “Ajudam a manter a produtividade de ovos e a qualidade de casca”, explica Tarcísio.

Ele também recomenda um “lanche da madrugada”, para que as aves consumam ração em um horário do dia onde o calor é menos intenso. “Trata-se de uma suplementação de uma hora de luz no programa (coloca iluminação para as aves comerem). Lembrando que, quando houver normalização das temperaturas, deverá haver a remoção de forma gradativa.”

Soltinhas

Pequeno criador de Vargem Alta, Leonardo Pontini também recomenda o uso de aspersores de água no telhado dos criadouros. Ele, no entanto, conta que adota outra medida: dá às galinhas o direito de escolher. As aves ficam soltas e, assim, decidem quais são os lugares mais confortáveis. Em sua avaliação, é possível adotar essa medida devido ao tamanho da criação e do terreno. Ele também usa uma mangueira para jogar água e ajudar a refrescá-las.

A Prefeitura de Santa Maria do Jetibá — cidade com a maior produção de ovos do país e conhecida, inclusive, como capital do ovo — ressalta, em nota, que, durante períodos de calor intenso, é crucial que os criadores adotem medidas proativas, incluindo a garantia de ventilação adequada nos alojamentos para evitar o acúmulo de calor, além da criação de áreas de resfriamento com sombras naturais ou estruturais para as galinhas.

“A manutenção eficiente do abastecimento de água, juntamente com cuidados específicos de higiene ambiental, é essencial. A conscientização dos produtores sobre a influência direta das condições climáticas em suas atividades avícolas é fundamental. Ao aderir aos protocolos recomendados, os produtores não apenas preservam o bem-estar das aves, mas também contribuem para a sustentabilidade e resiliência do setor avícola local diante dos desafios climáticos”, diz a nota.

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